Evolução hidromorfodinâmica da região da Ponta da Praia em Santos – SP, no período entre 2009 e 2017
Autora: Kelly Kawai Venancio
Tese acadêmica: Dissertação de Mestrado
Universidade: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)
Ano: Fevereiro 2018
Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo da Unicamp, para obtenção do título de Mestre em Engenharia Civil, na área de Recursos Hídricos, Energéticos e Ambientais..
Orientador : Prof. Dr. Tiago Zenker Gireli
Co–Orientadora: Profa. Dra. Patrícia Dalsoglio Garcia
Resumo
O processo erosivo em andamento na região da Ponta da Praia em Santos, município mais relevante da Região Metropolitana da Baixada Santista, tem se acentuado consideravelmente nos últimos anos. Além de perdas expressivas de extensão da faixa de areia, houve um aumento do número de ressacas que, ao encontrarem um menor ambiente de amortecimento para as ondas (isto é, grandes faixas de areia que dissipariam a energia das ondas), acabam trazendo grandes prejuízos às estruturas urbanas da região. Com isso, durante esses eventos, é frequente o alagamento de ruas, avenidas e calçadas, e a destruição de muros e muretas. Este trabalho tem como objetivo principal avaliar, com base em dados remotos e levantamentos de campo do período entre 2009 e 2017, a erosão progressiva na região da Ponta da Praia em Santos. Objetiva-se, também, o levantamento histórico das principais intervenções antrópicas na região de estudo, a avaliação do emprego de modelos matemáticos espectrais em locais onde há efeitos da difração e reflexão, e análise das alterações hidrodinâmicas em função de mudanças topobatimétricas. Para isso, fez-se uso de modelos digitais de elevação, no processamento de dados de campo, e modelagens matemáticas para simulação da hidrodinâmica e dos efeitos de ondas na região da Ponta da Praia, considerando o cenário após o alargamento e aprofundamento do canal do Porto de Santos. Obteve-se por fim, que a retrogradação da linha de costa está mais acentuada desde o ano de 2010, o que gerou recuos de até 57 metros, enquanto que a modelagem numérica apontou para alterações na hidromorfodinâmica junto à orla da ponta da praia, estas geradas pelas mudanças batimétricas do canal do porto e do perfil praial, resultando em ondas mais elevadas e maiores velocidades de correntes. Esses aspectos, em conjunto, indicam a permanência do processo erosivo.