Modelo numérico de fluxo de águas subterrâneas em Cocal dos Alves – PI
Autora: Adrieli Thalia Pereira
Tese Acadêmica: Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Geologia
Universidade: Universidade Estadual Paulista ” Júlio de Mesquita Filho” (UNESP)
Ano: Julho 2022
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto de Geociências e Ciências Exatas – Câmpus de Rio Claro, da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, para obtenção do grau de Geóloga.
Orientadora: Dr. Chang Hung Kiang
Co-orientador: Dr. Elias Hideo Teramoto
Co-orientador: Msc. Bruno Zanon Engelbrecht
Resumo
Inserido no contexto do semiárido brasileiro, Cocal dos Alves, no Estado do Piauí, é um dos diversos municípios que enfrenta recorrentes períodos de estiagem prolongada, no qual a variação de precipitação pluviométrica compromete a segurança hídrica da região. A baixa disponibilidade de água requer o gerenciamento efetivo dos recursos hídricos e o entendimento da dinâmica dos aquíferos é essencial para o emprego e gestão sustentável das águas superficiais e subterrâneas. A modelagem hidrogeológica é a ferramenta mais indicada para entender o comportamento do fluxo subterrâneo e elaborar previsões do sistema a longo prazo. O Grupo Serra Grande comporta o aquífero homônimo, classificado como livre na porção oriental da bacia do Parnaíba, onde está localizado a área de estudos. Este trabalho visa desenvolver um modelo numérico que represente o aquífero Serra Grande na região de Cocal dos Alves e que forneça melhor compreensão do comportamento do seu fluxo. Com os dados de nível de água subterrânea disponibilizados pela Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas (RIMAS-CPRM), parâmetros hidrogeológicos foram testados a fim de se atingir valores próximos da literatura e com uma margem de erro aceita. Os resultados de condutividades hidráulicas calculados foram concordantes com os presentes na bibliografia. Os valores de Kx,y = 2.045E-05 e Kz = 2.045E-06, e a recarga de 60 mm representa menos de 10% sobre a média anual de precipitação na região, sendo considerada uma baixa taxa de recarga. A calibração atingiu um balanço hídrico satisfatório, validando o modelo desenvolvido. Para o melhor entendimento do comportamento do aquífero em eventos de estiagem, foi proposto se trabalhar o modelo em regime transiente, no qual a carga hidráulica oscila em função da variação de precipitação. Ainda, considera-se atribuir condutividades hidráulicas diferentes para uma mesma camada homogênea, visto que a recarga é subestimada pela obstrução dos poros dos aquíferos, comprometendo seu armazenamento.